“Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo”. Esta frase está contida no site oficial da instituição e não há forma melhor de definir o trabalho que ajuda alcoólatras em todo o mundo a alcançarem a sobriedade.
Fundada em 1935 nos Estados Unidos da América, o A.A. possui atividades em 150 países, incluindo 45 que têm escritórios de serviços gerais autônomos. No Brasil, o trabalho foi iniciado em 1947, no Rio de Janeiro, e com tempo foi expandido para todo o território nacional. Vale ressaltar que o grupo A.A. não está ligado a nenhuma seita ou religião, a nenhum movimento político, a nenhuma organização ou instituição.
“O álcool é uma doença mental, espiritual, progressiva e de determinação fatal. É a segunda doença que mais mata no mundo, só perdendo para as doenças cardíacas”, estas são as palavras de Valter Evangelista da Silva, 79, fotógrafo “lambe-lambe” e coordenador da Nova esperança, filial dos Alcoólicos Anônimos em Cachoeira-Ba. Nascido e residente em Cachoeira, Seu Valter, como é conhecido, por muitos anos de sua vida teve problemas com o alcoolismo, bebia todos os dias e estava em condição de viciado. Sem nenhuma perspectiva de futuro, amigos levaram-no para o A.A. O coordenador da Nova esperança ressalta que um ex-alcoólatra dificilmente irá a um centro de reabilitação com suas próprias pernas.
A filial Nova esperança possui uma média de 12 pessoas. As reuniões acontecem todo domingo e são mantidas por meio de contribuições de membros e de outras doações. “O álcool é a pior droga de todas, pois antes de acabar com nossa vida, acaba com nossa reputação e moral”, alega o fotógrafo “lambe-lambe”, que há 60 anos trabalha no mercado municipal de Cachoeira.
Para se integrar a um centro de reabilitação basta procurar a filial mais próxima e ter a real vontade de parar de beber. Alcoólicos anônimos também possui diversos livros publicados, artigos e audio books. “Com a literatura e os A.A. consegui deixar meus vícios” diz o ex-alcoólatra. Valter Evangelista da Silva encerra a entrevista com um apelo para que o governo trabalhe com as drogas, seus efeitos e conseqüências nas escolas de todo o país. É na conscientização e educação de nossas crianças que conseguiremos um resultado ainda maior, afirma ele.
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