terça-feira, 26 de janeiro de 2010

1ª Conferência das cidades pressiona o PDDU de Cachoeira


Nos dias 11 e 12 de janeiro ocorreu a 1ª conferência das cidades na Fundação Hansen Bahia no município de Cachoeira-BA. O evento teve como principal objetivo revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), sancionada pelo prefeito Fernando Antonio da Silva Pereira em 10 de outubro de 2006, de forma a atualizar as medidas para a realidade local e estabelecer novas propostas.

A lei de nº 730/2006, aprovada pela Câmara de Vereadores, envolve aspectos econômicos, culturais, ambientais e históricos, delimita as regiões e os critérios para instalação de atividades econômicas ou para grandes obras. O PDDU ordena o trânsito, aponta os limites de expansão da cidade e os potenciais a serem explorados.

Por interferir intensamente na cidade e na vida dos cidadãos, o Plano deve ser um pacto entre todos os moradores. As normas precisam ser cuidadosamente planejadas e discutidas com toda a comunidade: governo, iniciativa privada, a sociedade organizada (associações de bairro, movimentos sociais, entidades de classe) e moradores em geral.

O Secretário Administrativo, Leonardo Boaventura Oliveira Almeida, alega que o PDDU antigo, do ano de 2006, foi feito às pressas devido ao esgotamento do prazo pré-estabelecido para enviar as propostas, ainda ressalta que foi este fato que ocasionou a recorrente desatualização do mesmo.

Dentre as propostas aprovadas na conferência, estão, por exemplo: projeto de requalificação para preservação dos monumentos históricos, de relevância cultural afro, integrando aos projetos em curso do centro histórico tradicional e com preservação rigorosa; adequação das vias públicas, proporcionando uma melhor acessibilidade aos portadores de necessidades especiais; qualificação da gestão de resíduos sólidos com implantação de coleta seletiva do lixo; realizar a efetiva integração dos três entes federativos na elaboração, realização e acompanhamento das políticas públicas e desenvolvimento ambiental e urbano; universalização do saneamento básico e abastecimento de água tratada em todo município; conclusão do projeto Bahia Azul; providência imediata para regularização do trânsito nas áreas de maior fluxo de pedestres e veículos; elaboração de projetos de intervenção com regularização fundiária e controle do uso do solo; elaborar diagnósticos de identificação de imóveis públicos e privados (prédios e terrenos) que não cumpram a função social da propriedade com acompanhamento do ministério publico, entre outras.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano será revisado pelo município juntamente com demais membros da sociedade até o final de 2011, como foi acordado na 1ª Conferência das Cidades. As cidades que não entregarem o PDDU atualizado a tempo perderão benefícios, salienta Leonardo Boaventura.

Uma "dose" de esperança


“Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo”. Esta frase está contida no site oficial da instituição e não há forma melhor de definir o trabalho que ajuda alcoólatras em todo o mundo a alcançarem a sobriedade.

Fundada em 1935 nos Estados Unidos da América, o A.A. possui atividades em 150 países, incluindo 45 que têm escritórios de serviços gerais autônomos. No Brasil, o trabalho foi iniciado em 1947, no Rio de Janeiro, e com tempo foi expandido para todo o território nacional. Vale ressaltar que o grupo A.A. não está ligado a nenhuma seita ou religião, a nenhum movimento político, a nenhuma organização ou instituição.

“O álcool é uma doença mental, espiritual, progressiva e de determinação fatal. É a segunda doença que mais mata no mundo, só perdendo para as doenças cardíacas”, estas são as palavras de Valter Evangelista da Silva, 79, fotógrafo “lambe-lambe” e coordenador da Nova esperança, filial dos Alcoólicos Anônimos em Cachoeira-Ba. Nascido e residente em Cachoeira, Seu Valter, como é conhecido, por muitos anos de sua vida teve problemas com o alcoolismo, bebia todos os dias e estava em condição de viciado. Sem nenhuma perspectiva de futuro, amigos levaram-no para o A.A. O coordenador da Nova esperança ressalta que um ex-alcoólatra dificilmente irá a um centro de reabilitação com suas próprias pernas.

A filial Nova esperança possui uma média de 12 pessoas. As reuniões acontecem todo domingo e são mantidas por meio de contribuições de membros e de outras doações. “O álcool é a pior droga de todas, pois antes de acabar com nossa vida, acaba com nossa reputação e moral”, alega o    fotógrafo “lambe-lambe”, que há 60 anos trabalha no mercado municipal de Cachoeira.

Para se integrar a um centro de reabilitação basta procurar a filial mais próxima e ter a real vontade de parar de beber. Alcoólicos anônimos também possui diversos livros publicados, artigos e audio books. “Com a literatura e os A.A. consegui deixar meus vícios” diz o ex-alcoólatra. Valter Evangelista da Silva encerra a entrevista com um apelo para que o governo trabalhe com as drogas, seus efeitos e conseqüências nas escolas de todo o país. É na conscientização e educação de nossas crianças que conseguiremos um resultado ainda maior, afirma ele.