quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Esmola Polar

Charge postada com a autorização do chargista. ivancabral.blogspot.com


Um próspero ano novo, tudo de bom pra você, que você seja muito feliz, blá, blá, blá.. Todo final de ano é a mesma coisa, desejamos por desejar, para pessoas que muitas vezes acabamos de conhecer. Regados a champagne e no calor  dos  fogos de artifícios damos uma olhada ao nosso redor e percebemos, por alguns minutos, o outro, a família que tanto nos ama, nosso castigado planeta. Mas não percebemos que em todo ano o que importa, na real, é apenas nosso umbigo. Por isso, este final de ano quero "desejar" de uma forma um pouco diferente, desejo que todos trabalhem seus pequenos porém mágicos gestos. Abraços apertados, falar eu te amo pra quem amamos, guardar o lixo até encontrar uma lixeira, fazer a manutenção do carro, tentar não desperdiçar nossa preciosa água, cultivar amizades. Compreender, reciclar, economizar, amar, viajar, ajudar, estudar. E que nosso amigo polar aí de cima aguente mais um tempo sem esquentar a cabeça.



domingo, 20 de dezembro de 2009

Aceite esta rosa


A última rosa que entreguei, repleta de espinhos e algumas imperfeições, feriu, e posteriormente, fortaleceu meu espírito. Agora, com apenas um ramalhete no quintal, tenho receio da temporada de tão belas flores chegar ao fim, e com o calor de uma nova estação perder parte do seu significado. Não queria dar-lhe apenas uma flor, que murcha em poucos dias, mas sim um buquê, com rosas vermelhas, brancas e silvestres; sem espinhos e com a sinceridade de quem te admira.

Esta que arranco agora, não é apenas um ornamento. É especial e exclusivamente sua. Por meses cultivei-a e acompanhei seu desenvolvimento até se tornar uma rosa de verdade. Voluptuosa, sedosa e vermelha. Um vermelho cada vez mais intenso que, por alguns instantes, roubará sua atenção.

Seus espinhos, macios ficarão quando sentirem linhas que desenham e se encontram em mãos ásperas e sujas de terra. Caso haja a queda de umas das pétalas, não se preocupes, pois há amor e compreensão para preencher tais lacunas. Esterilizada contra hipocrisia, aceite a mais pura flor de meu jardim.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Comunicar-se-ia...

MARCONDES FILHO, Ciro. Até que ponto, de fato, nos comunicamos?: uma reflexão sobre o processo de individuação e formação. São Paulo: Paulus, 2004. Pg. 15-16.


"A comunicação não está na difusão em massa dos jornais, televisões, revistas, publicidades de rua e semelhantes; aí ela é apenas difusão, eu emito sinais e formas livremente e alguém os capta, mas, rigorosamente, não se trata de comunicação, pois não há ação recíproca, a troca, o aprendizado instantâneo e num mesmo ambiente contextual de um com o outro. Quer dizer, a comunicação não se realiza no expresso, no intencional, na maquiagem que pretendemos de nós, de nossas coisas, de nossos produtos, de nossas ações; tudo isso fornece sinais de nós, que são decodificados livre e aleatoriamente pelos que são por eles sensibilizados. No não-intencional, na imagem que transmitimos incontroladamente de nosso corpo, de nossa postura, de nossa expressão, deixamos entrever o que há de sincero em nós. São da mesma forma sinais, só que, desta vez, não-intencionais. Nenhum dos dois é rigorosamente comunicação.


Comunicação tampouco é instrumento, mas, acima de tudo, uma relação entre mim e o outro ou os demais. Por isso, ela não se reduz à linguagem, menos ainda à linguagem estruturada e codificada numa língua. Ela ultrapassa e é mais eficiente que esse formato, realizando-se no silêncio, no contato dos corpos, nos olhares, nos ambientes." p. 15-16.


Ciro Marcondes Filho, sociólogo, jornalista, professor titular da ECA-USP, doutor pela Universidade de Frankfurt (Alemanha), com pós-doutorado pela Universidade de Grenoble (França). Publicou, dentre outras obras, A produção social da loucura (Paulus, 2003).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dannemann. Não só charutos!



A Bahia sempre foi conhecida pela qualidade do fumo produzido em seu território. Esta fama causou interesse de empresas internacionais que fizeram da cidade de São Félix, no Recôncavo da Bahia, a primeira produtora de charutos do Brasil. Fundada na segunda metade do século XIX pelo alemão Gerhard Dannemann, a mais antiga fábrica de charutos do Brasil iniciou sua produção com apenas seis funcionários (a Dannemann não empregava Mão de obra escrava). Após alguns anos tornou-se a maior produtora de charutos do país, além de uma importante exportadora, tendo na Europa seu principal mercado e na Alemanha, sua porta de entrada.

O grupo suíço Burger adquiriu a licença da marca em 1976, e produz até hoje os charutos, que não perderam seu prestígio na Europa. Atualmente a empresa se concentra no mesmo local. O prédio foi restaurado, mas a fábrica continua sendo exatamente no mesmo local de sua fundação, na orla de São Félix. A novidade é que se fundou o centro cultural Dannemann (mesmo prédio), que expõe pinturas, fotografias, xilogravuras e tabacaria com charutos e cigarrilhas.


Hans Leusen, Presidente da Cia. Brasileira de Charutos Dannemann e fundador do Centro Cultural, criado em 1989, com a restauração da fábrica, está muito contente com os resultados, pois o Centro Cultural é mencionado em todos os lugares como um marco na arte da Bahia.


O caráter turístico e artístico é uma das significativas mudanças da atual fase. Através de profissionais especializados, são recebidos grupos estrangeiros, equipes de reportagem, estudantes de escolas públicas e universitários. É mostrado, na prática aos visitantes, o processo de produção, a história da fábrica e suas curiosidades.

Valorizando os produtores locais
O processo inicia-se em fazendas da região. Pequenos lavradores plantam entre São José, Governador Mangabeira e Cruz das Almas, tirando da lavoura de fumo, na maioria das vezes, sua única forma de sustento. A empresa, além de valorizar a mão-de-obra local, disponibiliza como forma de auxílio a estes produtores, um técnico agrícola, sementes e adubo. Para a formação, fornece alfabetização para funcionários, inclusão digital e cursos de inglês para os filhos dos lavradores.

Devido ao teor de cloreto na terra, utiliza-se na irrigação, água processada em osmose reversa, que contribui para a diminuição de minério do solo. Desta forma cria uma folha de fumo com alta qualidade e que satisfaça o exigente mercado europeu.


São 49 dias do plantio até a colheita. Duas empresas do mesmo grupo econômico: Danco Com. e Ind. De Fumos, plantam, colhem, secam e fermentam o produto. A fermentação se dá através do calor da estufa e de sua arrumação em pilhas. Após esta etapa, o fumo é vendido para a Cia Brasileira de Charutos Dannemann, que produz os charutos para exportação.


As charuteiras

Funcionárias com roupas típicas de “Baianas”, com lenços coloridos na cabeça, produzem o famoso charuto em um salão amplo e aberto ao público. Cada uma em sua bancada de madeira feita especialmente para o fabrico, igualmente ao antigo modo de produção.

Acostumadas com a visita de grupos de estudantes, pesquisadores, professores e curiosos, as atuais charuteiras, como são chamadas, demonstram muita hospitalidade e simpatia com os visitantes. A produção é artesanal, e o único aparelho utilizado é uma máquina que mede a densidade do corpo do charuto. São jogados fora todos os charutos que não passam neste teste.


Etapas da produção


1ª etapa (enchimento) – Nesta fase se inicia a produção do charuto em si. É feita a parte interna dos charutos. Folhas inteiras de tabaco são utilizadas, formando a estrutura cilíndrica. Após o enchimento é colocado um papel em sua volta, onde repousa 15 dias para o molde. O papel utilizado atualmente substitui a antiga prensa de madeira.



2ª etapa – Retira-se o papel. São cortadas as extremidades do charuto.


3ª etapa (capeamento) – Coloca-se a última folha do fumo, chamada de capa. Esta folha necessita de uma produção especial. Agrônomos especializados acompanham todo o processo. Após o capeamento é repousado mais 15 dias em uma estufa.


4ª etapa (embalagem) – É feito outro corte na extremidade. Insere-se o anel (rótulo) e o Celofane (espécie de plástico que tem como finalidade manter a umidade do produto). Depois é organizado em caixas de madeira (cedro rosa) com 5, 20 ou 25 unidades, onde finaliza o processo e fica pronto para a distribuição nas melhores tabacarias do Brasil e do mundo.

Responsabilidade social

Além da visita ao centro cultural Dannemann, a empresa disponibiliza passeios, acertados previamente, com alunos de universidades e escolas por fazendas produtoras do tabaco. Os estudantes saem de São Félix por volta de nove horas da manhã. Durante o percurso são visitadas duas fazendas ao lado de um engenheiro agrônomo que explica e dá dicas sobre as etapas de produção. Pela tarde os alunos almoçam em Cruz das Almas e de lá voltam para São Félix para a visita detalhada da fábrica e do Centro Cultural.


O charuto é uma arte. Que se pode gerar arte a partir dele já é uma novidade. Pinturas, xilogravuras, fotografias, vídeos, arte. Alfabetização, inclusão digital e aulas de inglês para filhos de pequenos lavradores. A mais antiga fábrica de charutos do Brasil mostra que a produção de charutos é apenas um de seus ideais.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A vergonha que sinto não cabe em minhas meias.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

I Confecom terá representante da UFRB


Orlando Silva, estudante do 6º semestre de jornalismo da UFRB e representante do sindicato da Embrapa, foi escolhido como um dos delegados que discutirão o futuro dos meios de comunicação na I Conferência Nacional de comunicação (Confecom). O evento acontecerá entre 14 e 17 de dezembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

 
Selecionado na Conferência Estadual de Comunicação da Bahia (Conecom-BA), Orlando terá direito à voz e voto na Conferência nacional. A Bahia elegeu 108 delegados para representar o estado. Foram 12 do poder público, 48 da sociedade civil e a mesma quantidade, 48, da sociedade civil empresarial.

Durante o processo das conferências nas 27 unidades da Federação, todos os segmentos envolvidos - público (federal, estadual e municipal), empresarial e social - participaram com um grande número de propostas. Agora, todas serão sistematizadas e publicadas no “Caderno de Propostas da 1ª Confecom”, documento com o qual os 1.684 delegados trabalharão na plenária nacional.

Sobre os temas mais debatidos e que serão encaminhados à 1ª Confecom, o representante do Ministério da Cultura na Comissão Organizadora Nacional (CON), Octávio Pieranti, destaca a questão da radiodifusão comunitária; a criação de fontes de financiamento para veículos comunitários; a garantia do cumprimento do Estatuto da Criança e Adolescente, em relação à imagem destes na mídia e a certeza da implementação de um marco regulatório para o setor da Comunicação.

Renato Luz, estudante do 4º semestre de jornalismo na UFRB e coordenador geral do centro acadêmico de jornalismo (CAJ), cita que a conferência, discutindo a regulamentação e democratização da TV pública, poderá ajudar a produção e promoção de TV’s universitárias.

Qualquer pessoa pode dar sugestões para a I Confecom pela Internet. A Conferência virtual estará disponível até o dia 5 de dezembro no site oficial da Conferência (www.confecom.com.br). As sugestões colhidas na Conferência Virtual serão reunidas em um documento a ser entregue aos delegados.